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sábado, outubro 02, 2004

UM NOVO BLOG 

É evidente que não consigo manter a regularidade neste blog. Por mais que tente, são tantas as solicitações que passam-se meses sem pôr cá os pés. Resolvi, por isso, inventar um novo blog chamado "noites que o tempo distrai" onde colocarei a letra de uma canção nova todos os dias. São tantas as minhas letras que já se transformaram em canções e andam por aí a ser cantadas por tanta gente que ser-me-á fácil manter a regularidade.
mas não deixem de vir a este. aqui também tentarei voltar mais amiúde

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sábado, julho 24, 2004

CASA DE FADO 

Entre nervos e mais nervos, dispensas, faltas, irresponsabilidades, generosidade, talento, incerteza e esperança, aproxima-se a data de estreia de "Casa de fado" - o meu novo espectáculo no Teatro Villaret. A cidade já está coberta de cartazes. Em cada parede vejo o meu nome  e dá-me uma angústia quase intolerável.
Não sei porque é que faço teatro se não gosto de sofrer e sofro tanto por ele! Como não sofrer se daqui a dias as luzes se vão acender e 444 pessoas sairão de casa para se dirigirem à Fontes Pereira de Melo prontos para aplaudirem, vaiarem, sorrirem, chorarem... Por causa de umas palavras que eu escrevi, de uns fados escritos alguns por mim, outros por gente tão boa como o Alberto Janes, o Guilherme de Melo ou o Armando Estrela... das entoações e gestos que nos últimos meses andámos à procura no escuro de um teatro vazio.
O teatro é o que eu sempre quis e, no entanto, nada me dói mais... Estreio daqui a uma semana e já não consigo dormir, mal como, ando irritadiço... aterrorizado..., sem saber o que é que vão dizer sobre mim... se vou conseguir divertir o público...
bom... vou ensaiar... adeus! e merda!

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terça-feira, junho 29, 2004

BLOG - UM DIÁRIO COM AUTO-CENSURA 

Ontem, depois da milionésima discussão sem fundamento com um dos elementos do elenco do espectáculo que estou a ensaiar, cheguei a casa e, num acesso de imaturidade, apeteceu-me ter um diário onde pudesse estancar a minha raiva pelo tempo perdido em conversas de uma adolescência tardia às quais não posso fugir já que o director de um qualquer espectáculo deve (acho eu!) contribuir para dissipar as inseguranças dos artistas. Mas eis que, chegado ao computador e preparado para escrever sobre as emoções incontidas, pensei - meu Deus!, apesar de ninguém ler o meu blog, existe sempre a possibilidade de que alguém o leia... e então desliguei o computador para que a minha ira não devassasse a privacidade doentia de alguém que tenho de dirigir sobre um palco e que, portanto, o público irá ver e aplaudir (ou não)! Ficou-me um amargo de boca por ainda não ter alcançado esse grau de liberdade que me permita dizer tudo sem medo... a matéria prima de um blog pode ser tudo... menos o medo!
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quarta-feira, junho 16, 2004

NOVO ESPECTÁCULO 

E hoje, chegado ao palco do teatro Villaret, lá estava um novfo elenco à minha espera, e de repente um monte de sonhos, de angústias, de medos, de inseguranças, são transferidos para mim e toda esta carga me deixa muito cansado... meu deus... muito cansado... o que será que sairá daqui?... que espectáculo é este que hoje começa a nascer das minhas mãos?... chama-se "casa de fado" e eu estou exaurido no final do primeiro ensaio
deus nos ajude!
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sexta-feira, junho 11, 2004

IAIÁ DE MÔNICA SALMASO 

Chegou do Brasil o novo da Mônica Salmaso. Não vou adjectivá-la porque ela supera todos os adjectivos. Quem não a conhece, não sabe o que está a perder. Quem já conhece, sabe que não estou a exagerar.
Assim que ela diz, na primeira canção: "eu moro na roça iaiá/eu nunca morei na cidade/ eu compro o jornal da manhã/ que é pra saber das novidades" vc já sabe que está na presença de um grande CD e vai por aí comendo "doce na feira" que já estava incluída nos shows há muito tempo, emocionando em "é doce morrer no mar" e que arranjo é aquele de "assum branco"?, finalmente uma gravação que faz jus à belíssima canção de Wisnik.Mônica traz pro samba uma melancolia muito ancestral e, desculpem o portuguesismo, mas é quase como se ela também tivesse um pouco de fado na voz, pelo menos, o sentimento que a minha alma traduz do samba na voz dela é muito próximo do fado.
O cd saíu pela Biscoito Fino que tem um cuidado enorme não só com o que grava mas também com a apresentação dos discos e é um prazer comprá-los e trazer pra casa estas pequenas jóias que a Biscoito vai pondo no mercado.
Eu, como toda a gente sabe, sou um dos homens mais sortudos do planeta e, por isso, já tive o privilégio de escutar as minhas palavras na voz da Mônica. Foi numa parceria com o Pedro Jóia chamada "Uma canção por acaso" que diz assim:

UMA CANÇÃO POR ACASO

Quando me vi pela primeira vez
sem você junto ao meu peito
senti que a paixão desfez
o que o acaso tinha feito

Meu amor não vale a pena
acordar de madrugada
pra beijar uma morena
que pediu pra ser beijada
meu amor não vale a pena
se ela não está acordada

fico na ânsia de te abandonar
quando o seu corpo se atreve
a num beijo mascarar
de linho o que eu sei ser neve

Meu amor não se incomode
em prestar muita atenção
à mulata que não pode
entregar seu corpo em vão
meu amor não se incomode
que a mulata também não

quando você se abraça ao meu sono
somos um por um segundo
e dormindo me apaixono
pelo seu sono profundo

Meu amor não tenha medo
de se apaixonar assim
o ciúme é um segredo
que eu guardei dentro de mim
e nós dois um samba-enredo
que ninguém conhece o fim

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quinta-feira, junho 10, 2004

SERÁ POSSÍVEL UM BLOG? 

Tenho escrito neste blog com menos regularidade do que gostaria porque passo os dias a escrever e por isso fico sem muita paciência e imaginação quando chega a hora do blog. No entanto, consigo já sentir que esta "janela aberta para o mundo" me coloca em contacto com o público que consome o meu trabalho.
Sempre que estive a trabalhar no Brasil, gostei muito da forma como o público me interpelava... Muitas vezes, há uma pessoa no público que faz uma pergunta que nos obriga a repensar um espectáculo, um livro... uma canção!
Por isso, me esforço por manter este blog. Tenho uma admiração profunda pela pessoa Zélia Duncan e ela nunca deixa um e-mail de um fã sem resposta, criando assim uma cumplicidade linda e duradoura com aqueles que a admiram... em ponto pequeno,já que em Portugal tudo é em ponto pequeno, esforçar-me-ei para que isso também comece a acontecer comigo, por isso, perdoem quando eu falar do meu trabalho, não é vaidade, é vontade de partilhar e receber... Mesmo quando eu estiver a falar sobre o trabalho de outras pessoas, será sempre uma outra forma de falar do meu porque, enquanto homem das letras, eu estou tanto no que escrevo como nas coisas que me emocionam e me estimulam o pensamento.
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FILHO DA PUTA 

Um comentário ao meu anterior post que vem assinado apenas "p", começa de uma maneira quase ternurenta por me chamar "fdp". O teor do comentário faz-me acreditar que se trata de uma pessoa que me conhece bem, mas como não vem assinado, fico sem saber... por isso, vê se te apresentas... ou eu vou ficar a pensar que o "p" é a última letra do "fdp".
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terça-feira, junho 01, 2004

Novas canções 

Acabaram de chegar do Brasil cinco novas parcerias. Ainda estão quentinhas e a emoção de escutar as minhas palavras depois de alguém lhes colocar música é muito, mas muito grande. Ainda por cima quando essas pessoas são ALzira Espíndola e a novíssima iara Rennó. "Fado mudo" com música da Iara é lindo, "Aquilo que a gente diz" e "Palavras de vento" com música da Alzira é divino!
Não poderia estar mais agradecido à vida!
E agora fica esta possibilidade enorme de não saber quem é que um dia irá dar vida às canções... quem serão as gargantas que um dia gravarão estas palavras... estas melodias?
Seremos felizes e já somos!
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